A Flor Azul - (Sorana Melo, 3º Período de Pedagogia)
Venho através deste cordel
Contar a história da flor
Que enamorou-se pelo fel
De um belo cravo sem cor.
Muito antes do gato miar
Havia na mata sul
Uma velha que vivia a fiar
Sua cintilante manta azul.
A velha roubou das estrelas o brilho
Da pobre lagarta a seda
Da aranha pernuda o fio
E a manta aprontava-se de vereda.
Faltava-lhe apenas a cor
Que a velha muito esperta
Iria surrupiar da linda flor
Que já estava bem alerta.
A florzinha fugiu desprotegida
Encontrou um pequeno abrigo
Pensou: salvei minha vida!
Porém ainda corria perigo.
Estava, pobre dela, dentro de um porão
Frio, úmido e sem iluminação
Eis que aparece uma luzinha
Que aumenta de supetão.
Era o dono da casa
O cravo sem coração
Que queria saber quem apagara a brasa
Da lareira de sua solidão.
A pequena flor com medo
Resolveu contar seu segredo
Ao cravo que então lhe acolheu
Prometendo que agora seria amigo seu.
Apesar do mau humor
Constatou a pequenina
O cravo era legal, ou ao menos bom ator
Pois a tratou como uma rainha.
Tramaram juntos uma cilada
Para a velha abobalhada
Boba? Era só fachada
De boba a velha não tinha nada.
Descobriu a armadilha
E logo dela se livrou.
Enquanto a velha se valia
Da inteligência que a tomou...
Na casa do cravo
Pintava um clima diferente
Todos teriam gritado: Bravo!!
Com o beijo tão quente.
E com um beijo assim
Não poderia ser de outro jeito
A flor de azul ficou carmim
E o cravo com uma aceleração no peito.
Quando a velha a viu vermelha
Não acreditou no que via
Foi embora como uma centelha
Sem entender o que acontecia
E para acabar o cordel
Digo que a flor deixou de ser carmim
Transformou o fel em mel
E agora sim, este é o fim.
E perdendo um pouco a rima
Mas nunca o clichê...
Os dois viveram felizes para sempre!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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